31.3.09

Conto nada.

Às vezes acho que estou perdendo tempo.

Poderia estar envelhecendo com qualidade, com saúde, sem estresses e sem aperreios. Talvez eu tenha que passar por isso mesmo. Sozinho. Ou talvez isso seja conformismo. Talvez não. Eu poderia estar em Portugal, tomando um vinho do Alantejo, e comendo batatas com cebola ao forno.

Que a vida poderia ser melhor, que eu poderia estar agora nesse exato momento com as pessoas que amo, em algum lugar paradisíaco, tomando Heineken (estralando de gelada) e comendo peixe frio, de preferência peixe-agulha. Ouvindo um reggae safado, ou um skazinho fuleiro, mesmo. E feliz da vida. Cheio de dinheiro no bolso e preocupado com o jogo da seleção da CBF amanhã contra o Peru.


Mas não, estou bem na frente do computador. Fazendo um trabalho árduo, que não pode ser dividido com niguém. Quer saber qual é o trabalho? Conto nada.

26.3.09

Arrepio

Essa coisa de se sentir vivo, e se emocionar com as pequenas coisas. Praticamente todo os dias sinto isso. Penso que essa sensação, que eriça a pele e os poros é um tipo de combustível pra a alma. Chegamos, às vezes, a trasbordar em lágrimas, discretas, pequenas lágrimas, acho que é quando o nosso espírito anda cheio de belas experiências.

Quem nunca sentiu isso não pode estar vivo. Você está no ônibus, no calor, em pé faz mais de uma hora no engarrafamento e vê uma cena linda no meio da rua. Algo que lhe dá aquele leve arrepio e uma cosquinha no coração.

Ou então está no seu carro, no ar-condicionado, e toca aquela música, que lembra aquela pessoa. Dá no mesmo. O sentimento é o mesmo. A pele se arrepia e uma corrente elétrica vara, de leve, seu sistema nervoso parasimpático.

O sorriso da sua filha pode ser um catalisador, ou a lembrança daquele avô querido que não tivemos a chance de conhecer melhor, porque ele se foi quando você era criança. Não importa a situação ou a lembrança. A momento mágico do arrepio, e das pequenas lágrimas (e não de lágrimas pequenas), é único e irreversível.

Quando sinto esse arrepio, faço uma pequena pausa e agradeço silenciosamente por estar vivo e poder me arrepiar, bem de leve.


PS: De lambuja vai um vídeo. Foi meu irmão quem me mostrou. É só clicar no título do post, e se arrepiar, bem de leve. Vale a pena, são pouco mais de três minutos de pura leveza.

24.3.09

Setenta - Um post sobre tudo e nada

Este é o texto de número 70. Parece pouco, para quem está com o blog "no ar" há quase três anos. Fazendo as contas dá uma média de um texto a cada 15 dias. Mas para mim tem sido um grande desafio manter esse blog vivo, respirando.

Bom, deixemos de enrolação. Faz umas duas semanas que estou com um tema na cabeça. Na verdade são dois: uma era sobre arrepio, sobre a sensação de estar vivo e o outro era sobre envelhecer. Sei que vou acabar desenvolvendo esses dois assuntos em posts futuros, pois hoje estou a fim de falar sobre tudo e nada também.

Após uma leve pressão dos meus caros seis leitores, voltei a escrever. Vinha eu embalado, num bom pique, mas ai acabei ficando mais de um mês parado, novamente, sem escrever. Bem a partir de hoje, caros seis leitores, me comprometo a escrever um texto a cada três dias e diminuir essa média ridícula que falei lá no alto desse texto.

70 é um número bonito. Emblemático para mim. Nasci na década de 80, mas sempre fui apaixonado pelas coisas dos anos 70. A seleção Tricampeã, John Travolta nos embalos de sábado a noite, os carros, as roupas, as músicas, entre tantas coisas, os anos 70 sempre me causou uma certa curiosidade e nostalgia.

Deixo aqui um videozinho de um minuto, feito lá nos anos 70. É um comercial do Corcel. Basta clicar no título desse post. Depois volto aqui para falar sobre os dois temas supracitados.

Ah... o Youtube e essa possibilidade do infinito...